Orientação Sexual
Faixa etária
4 a 15 anos
Conteúdo
Identidade e autonomia
Objetivos
– Envolver professores e pais no trabalho de orientação sexual dos estudantes.
– Desenvolver nos alunos o respeito pelo corpo (o próprio e o do outro).
– Refletir sobre diferenças de gênero e relacionamentos.
– Dar informações sobre gravidez, métodos anticoncepcionais e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
– Conscientizar sobre a importância de uma vida sexual responsável.
Anos
Este projeto pode ser adaptado para todo o Ensino Fundamental.
Desenvolvimento
1ª ETAPA
Preparação da escola e da comunidade:
Capacitação da equipe – Professores e funcionários devem estar preparados para lidar com as manifestações da sexualidade de crianças e jovens. Um curso de capacitação sobre os principais temas (como falar e agir com crianças e adolescentes; prazer e limites; gravidez e aborto; DSTs etc.) é o mais indicado. Além disso, os formadores podem ajudar a identificar os conteúdos das diversas disciplinas que contribuem para um trabalho sistemático sobre o tema.
Envolvimento dos pais – Faça uma reunião com as famílias para apresentar o programa. Aproveite para falar brevemente sobre as principais manifestações da sexualidade na infância e na adolescência.
Formação permanente – Organize um grupo de professores para estudar temas ligados à sexualidade e discutir as experiências em sala de aula.
2ª ETAPA
Da pré-escola ao 5º ano, o trabalho em sala de aula exige atenção do professor às atitudes e à curiosidade das crianças, pois são elas que vão dar origem aos debates e às atividades propostos a seguir.
Pré-escola
Diferenças de gênero – Baixar a calça e levantar a saia são sinais de curiosidade. O livro Ceci Tem Pipi?, de Heloisa Jahn e Thierry Lenain, explora as diferenças físicas e comportamentais entre meninos e meninas. Pergunte quem tem pipi. E quem não tem? Tem o quê? Diga que a vagina é o \”pipi\” das meninas. Estimule o debate sobre o que é ser menino e menina, levantando questões como: uma garota pode subir em árvores? Escreva as respostas no quadro e converse com a turma.
O corpo e o prazer – É normal que os pequenos toquem os genitais para ter prazer e conhecer o próprio corpo. Proponha a descoberta de outras formas de satisfação na escola, como brincar na areia e na terra ou com água. Deixe-os explorar esses elementos no parque e incentive-os a falar sobre o que sentiram e sobre as partes do corpo que dão prazer, inclusive o pênis e a vagina. Diga que é normal tocá-los, mas que essas são partes íntimas e, portanto, não devem ser manipuladas em locais públicos. Finalize lembrando-as das outras maneiras de ter prazer na escola.
Relação sexual – Caso uma criança tenha visto uma cena de sexo na TV, certamente comentará com os colegas. O livro A Mamãe Botou um Ovo, de Babette Cole, relaciona sexo, concepção e nascimento. Todos sabem como nasceram? Levante as dúvidas e comente que sexo é coisa de adultos. Mostre bonecos que tenham pênis e vagina e deixe a garotada explorar as diferenças.
Gravidez – Se alguma professora ou alguém próxima à garotada estiver grávida, certamente a turma ficará curiosa. Fale sobre o desenvolvimento do bebê, desde a concepção até o nascimento (cartazes ajudam muito). Uma música boa para tocar é De Umbigo a Umbiguinho, de Toquinho. Explique o processo físico de evolução, ouça as perguntas e responda-as de forma simples e direta.
Do 1º ao 5º ano
Vocabulário da sexualidade – Palavrões são comuns nas conversas infantis e podem ser usados para fazer graça ou para agredir. Mas eles perdem rapidamente o impacto quando você os escreve no quadro. Explique o significado de cada um, deixe claro que todos podem ser ofensivos e, por isso, não devem ser usados – principalmente em público.
Caso as palavras façam referência aos órgãos sexuais, levante as outras que a turma conheça para pênis e vagina. Escreva no quadro os termos corretos e utilize-os nas conversas sobre o tema.
Padrões de beleza – Ao perceber que os alunos debocham da aparência de um colega, um bom caminho é promover um debate sobre padrões de beleza. Que tal passar o filme Shrek? Por que a princesa Fiona se esconde quando vira ogra? Ela só é aceita quando aparenta ser bela? Que qualidades têm os personagens? É justo que as pessoas evitem quem não acham bonito? Outro bom exemplo é a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. A modelo é bonita? Explique que, na época em que foi pintada, ela era (sim) um padrão de beleza. Divida a turma em duplas e peça que cada um descreva qualidades ou algo que ache bonito no colega.
3ª ETAPA
Com os mais velhos, o trabalho deve ser sistemático, com aulas semanais ou quinzenais. Monte uma lista com os temas, mas apresente-os de acordo com o interesse da turma.
Do 6º ao 9º ano
Puberdade – Coloque no quadro desenhos de corpos femininos e masculinos em diferentes fases do crescimento. Pergunte aos alunos o que eles entendem por puberdade.
Explique as transformações físicas e emocionais e por que elas acontecem. As questões podem ser feitas oralmente ou por escrito (se você não quiser expor ninguém).
Maternidade e paternidade – Leia o poema Enjoadinho, de Vinicius de Moraes. Pergunte de que um bebê precisa durante a gestação e após o nascimento e fale sobre as necessidades dos pais. Escreva as respostas no quadro. Pergunte se é possível um adolescente ser pai e mãe e prover tudo de que o bebê precisa. Do que o jovem terá de abrir mão para cuidar de uma criança? Quais são as vantagens de adiar a gravidez? Ao fim da aula, peça que os alunos escrevam sobre o que esperam do futuro.
Métodos anticoncepcionais – Leve para a sala de aula cartelas de pílulas, camisinhas masculina e feminina, tabelinha etc. Faça circular pela classe e dê explicações sobre cada tipo. Responda às dúvidas. Divida a turma em grupos e dê a cada um uma banana ou cenoura e uma camisinha para demonstrar como ela deve ser colocada. Depois peça que os jovens façam o mesmo. Lembre-os de que as camisinhas masculina e feminina são o único método anticoncepcional que previne as DSTs.
Aborto – No Brasil, a interrupção intencional da gravidez é crime, exceto quando a mãe foi estuprada ou corre risco de morte. Antes do debate, ofereça textos sobre o tema e forme dois grupos para uma dramatização. O primeiro deve ter personagens como uma grávida que quer ter o bebê, o namorado que prefere que ela aborte, o médico que fará a operação, a mãe que é contra e a amiga que tem dúvidas. O outro: a grávida que insiste em abortar, o namorado que é contra, o médico que a aconselha a não fazer isso, a mãe que tem dúvidas e a amiga que insiste na interrupção. Proponha que os jovens improvisem um diálogo usando argumentos compatíveis com cada personagem.
DSTs – Ponha para tocar A Via Láctea, de Renato Russo, e Ideologia, de Cazuza. Esses dois músicos morreram em decorrência da aids. Os alunos sabem o que a sigla significa? Selecione versos (\”Essa febre que não passa\”, \”Meu prazer agora é risco de vida\” e outros) e discuta seu significado. Peça uma pesquisa sobre a incidência da síndrome na população. A análise mostrará que não existem mais grupos de risco, mas atitudes de risco. Converse sobre outros tipos de DSTs e como se prevenir.
O que é ser homem e ser mulher – No filme Billy Elliot, de Stephen Daldry, o
personagem principal quer ser bailarino. O que os jovens fariam se um filho tivesse esse desejo? Ou uma filha que sonha ser futebolista? O que é ser homem e ser mulher? Dá para definir levando em consideração apenas o que a pessoa gosta de fazer?
Homossexualidade e bissexualidade – Assista com os alunos ao filme Brokeback Mountain, de Ang Lee. Como o preconceito contra homossexuais é mostrado? Só existe amor entre homens e mulheres? Ouça as opiniões e reflita com os alunos sobre diferentes formas de amar. O respeito à opção sexual também deve ser abordado.
gostei das dicas.Mmuito legal.
Estava com muitas dúlvidas mas agora ja surgiram varias idéias, gostei muito.
Tema complicado de trabalhar com nossas crianças não é?Desenvolvendo um plano de ensino para a Universidade onde estudo, encontrei suas sugestões. Parabéns pelas ideias!
o conteudo é muito bom e deveria ser aproveitado por escolas para orientar esta Geração de jovens educados , pelo mundo e vitimas da falta de programas educativos.
as ideias sao boas e favorecem outras ideias e formas de trabalhar com um tema tao complexo! Valeu!!!!
Olá!Gostei muito das dicas, sou professora de 5º ano do ensino fundamental.Lourdes
Gostei muito continua com as dicas