Reflexão para os pais de hoje

Todas as vezes que estou em um espaço público, gosto de analisar as crianças, tenho minha fé nelas, acredito que os pais e as mães deveriam abrir os olhos para o tamanho poder que tem em suas mãos. Muitas pessoas querem mudar o mundo pelos gritos, eu acredito que só podemos mudar o mundo pelas crianças… mas se as coisas continuarem como nos últimos tempos eu não sei onde isso vai parar.
Sou o tipo de mãe que educa seus filhos, com base no respeito, no amor ao próximo e na tolerância, me esforço ao máximo para não fugir disso, as vezes me sinto cruel e dói meu coração este caminho por fazê-los passar por situações, complicadas causadas por outras crianças que não tem pais que pensam como eu.
Um do principais princípios que eu pratico com eles é o de não bater em outras crianças, respeitar, conviver pacificamente, custe o que custar, a um tempo atrás dentro da igreja uma criança, do tipo sem limites, bem menor que meu filho, deu um tapa estalado em seu rosto enquanto ele dormia no colo do pai dele.
A  partir daí comecei a observar mais de perto a forma que meus filhos se relacionam com o mundo… com os outros.
Um outro dia estávamos em um daqueles restaurantes com parquinho e meu filho foi subir no escorregador e levou um enorme tapa no rosto de uma outra criança que não queria que ele subisse, meu filho amado e de coração pacífico, apenas se afastou, não chorou, não gritou e se dirigiu a outro brinquedo… Meu coração doeu, por um momento passou pela minha cabeça a idéia de dizer a ele: Vá lá devolva o tapa que você recebeu, mas respirei fundo, refleti que naquele rápido momento quem perdeu foi meu filho mas, mesmo assim o que ele ganhou é para toda vida, claro que como boa educadora que sou, fui até o garotinho e expliquei a ele que não podia bater, que era preciso conviver amistosamente com as outras crianças e tal.
Hoje o fato se repetiu no mesmo parquinho, dessa vez com 2 meninas, uma subiu no escorregador e a outra ficou de frente e a que havia subido disse para outra que se meus filhos tentassem subir era pra bater… eles novamente passivos se afastaram, fui até lá e conversei novamente, disse a elas que bater não resolve as coisas, que é feio e falei com meus filhos que poderiam brincar sem medo, fiquei então a observar mais de perto.
As mesmas meninas em um outro momento voltaram a se desentender com um outro garotinho que estava por lá, dizendo a ele que a mãe dela tinha falado para ela (a menina) dar um soco na cara dele se ele pegasse em seu cabelo.
Teria vários outros episódios interessantes que colecionei ao longo dos anos de observação, tendo meus filhos como laboratório.
Estou relatando tudo isso porque a muito tempo tenho vontade de alertar aos pais sobre a educação que estão dando a seus filhos…
Os pais estão educando para a intolerância, para a falta de amor, para o egoísmo…
É muito dolorido ser mãe como eu sou, sofro com meus filhos quando os vejo passar por isso de forma tão branda, tão mansa… mas acredito que minhas ações de hoje evitarão dores muito maiores no futuro.
Penso que assim estou contribuindo com a minha parte para mudar o mundo, isso me conforta.
Acredito muito na vida, no homem… mas ver uma criança ainda pequena tendo atos de covardia e falta de tolerância, ( justo as crianças que são feitas de puro amor)… Me leva aos poucos momentos em que perco minha fé na humanidade…
 

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Este post tem 4 comentários

  1. Anônimo

    Olá Professora, boa noite! amanhã será o dia do livro, ganhei um presente, Selo MEME e estou lhe presenteando. Veja link na lateral do blod: SELINHOS QUE GANHEI DE PRESENTE.Abraços.

  2. Anônimo

    belo texto, se eu como educador fico, no minimo, triste ao ler isso, imagino você na condição de mãe.tenho uma turma de pré, crianças de 4-5 anos de idade e vou lhe contar uma coisa: os dois \”piores\” alunos eu ganhei com carinho. alguns colegas, quais passaram pela minha turma, se surpreendem ao ver como estas crianças são hoje, sobretudo comigo, elas são mais cooperativas e estão aprendendo a respeitar os colegas. Eram crianças que lhe desafiavam, pelo simples fato de, creio eu, presenciarem esse tipo situação em casa. A partir do momento que troquei as duras chamadas de atenção (vou ser sincero: sou extremamente carinhoso, mas também extremamente rigido) por mais elogios e carinho eu os ganhei.o problema não são as crianças, mas sim os pais. se os CMEIS (onde moro chamamos a \”creche publica\” de CMEI) abrissem as 7h e fechassem as 23h teriamos pais levando os filhos as 6h30 e pegando-os as 23h15. Triste realidade de pais descompromissados com os próprios filhos.Parabéns pelo blog.Murilo Schultz – Educador no Município de Pinhais, Pr.

  3. Anônimo

    Olá Professora, boa noite! amanhã será o dia do livro, ganhei um presente, Selo MEME e estou lhe presenteando. Veja link na lateral do blod: SELINHOS QUE GANHEI DE PRESENTE.Abraços.

  4. Anônimo

    belo texto, se eu como educador fico, no minimo, triste ao ler isso, imagino você na condição de mãe.tenho uma turma de pré, crianças de 4-5 anos de idade e vou lhe contar uma coisa: os dois \”piores\” alunos eu ganhei com carinho. alguns colegas, quais passaram pela minha turma, se surpreendem ao ver como estas crianças são hoje, sobretudo comigo, elas são mais cooperativas e estão aprendendo a respeitar os colegas. Eram crianças que lhe desafiavam, pelo simples fato de, creio eu, presenciarem esse tipo situação em casa. A partir do momento que troquei as duras chamadas de atenção (vou ser sincero: sou extremamente carinhoso, mas também extremamente rigido) por mais elogios e carinho eu os ganhei.o problema não são as crianças, mas sim os pais. se os CMEIS (onde moro chamamos a \”creche publica\” de CMEI) abrissem as 7h e fechassem as 23h teriamos pais levando os filhos as 6h30 e pegando-os as 23h15. Triste realidade de pais descompromissados com os próprios filhos.Parabéns pelo blog.Murilo Schultz – Educador no Município de Pinhais, Pr.

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